quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Presidente de CPI defende multa para empresa que usar apelo sexual



A presidente da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes, deputada Érika Kokay (PT-DF), defendeu a aprovação de uma legislação no Brasil que puna, com multas, empresas que se utilizarem de campanhas publicitárias com mulheres com apelo sexual para vender seus produtos.
A posição da parlamentar foi manifestada ao comentar o caso da linha de camisetas da Adidas sobre a Copa do Mundo, com estampas de duplo sentido, que estiveram à venda no site da empresa nos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo em que falavam da paixão do brasileiro pelo futebol, as camisetas reforçavam o apelo sexual. A  Adidas é a fornecedora oficial de material esportivo da Copa do Mundo e fabricante, por exemplo, da bola do Mundial.

Turismo sexual

Numa delas, estava a figura de uma moça de biquíni, com a frase "Lookin to Score", que pode ser traduzida por "em busca de gols", mas também é uma expressão que significa "Pegar Garotas", de uma maneira mais sexual. Já outra camiseta trazia um coração amarelo que também podia ser enxergado no formato de nádegas, com um fio dental verde.

As peças irritaram o governo brasileiro e levou a presidente Dilma Rousseff a escrever no twitter que o País não aceitava e estava pronto para combater o turismo sexual. Depois das reações contrárias, a Adidas suspendeu a venda.

Dignidade das mulheres
Na opinião da deputada Érika Kokay, apenas a retirada do produto ou a suspensão da campanha publicitária que ofende a dignidade das mulheres é pouco. A parlamentar quer mais.

"Muitas vezes você tem campanhas que afrontam os direitos de crianças e adolescentes, que afrontam o próprio País, que consideram mulheres como coisas, mercadorias, que podem ser consumidas por estrangeiros que aqui chegam e, simplesmente, a empresa apenas retira a campanha”, observa a parlamentar.

“Penso que as empresas que fazem esse tipo de publicidade têm que ser responsabilizadas e têm que arcar com multas que seriam revertidas para campanhas contra a violência que atinge as mulheres", argumenta Kokay.

Reportagem - Renata Tôrres
Edição - Newton Araújo

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