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Deputadas constatam que rede de pedofilia pode envolver mais pessoas |
O número
de pessoas envolvidas na suposta rede de pedofilia no Município de Coari (a 370
quilômetros de Manaus) é maior do que se imaginava. A informação é da
presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados
que apura a exploração sexual de crianças e adolescentes em todo o Brasil,
deputada federal Érica Kokay (PT-DF), após realizar, nessa segunda-feira (23),
mais uma audiência no município. A deputada adiantou que mais pessoas serão
ouvidas pela comissão.
“A
amplitude do número de atores tem ficado muito evidente a cada tomada de
depoimento. Precisamos traçar linhas de atuação para ver até onde vai essa
rede, que outros segmentos ela pode envolver”, afirmou Érika Kokay.
A CPI foi
pela segunda vez a Coari colher os depoimentos de cinco pessoas, entre elas, o
ex-secretário municipal de Defesa Social, o subtenente da Polícia Militar (PM)
Antônio Aguiar, o fotógrafo da Prefeitura de Coari, Jaime Paiva, e Eudes de
Souza, marido da secretária-adjunta de Meio Ambiente e Turismo do município,
Maria Lândia Rodrigues.
Segundo a
presidente da CPI, os depoentes responderam a todas as perguntas, mas negaram
participação em qualquer ato ilícito. “Óbvio que houve resistência em se produzir
provas contra si mesmo. Mas os depoimentos são importantes para a comissão
formar um juízo de valor. Às vezes, o silêncio e as negativas falam mais que as
afirmativas. O nível de contradição e coerência dos depoimentos é outro
elemento avaliado”, afirmou Érika Kokay.
A
relatora da CPI, deputada federal Liliam Sá (PR-RJ), disse que o que já está
claro é o modus operandi da suposta rede de exploração sexual de crianças e
adolescente em Coari. “Chegamos à conclusão de que esta rede aliciava as
meninas, e depois, mais velhas, essas meninas aliciavam outras”, declarou Liliam.
Segundo
Érika Kokay, a figura de aliciadoras de menores não é nova nas denúncias
relacionadas ao caso de Coari, e todas vão ser investigadas. “Hoje se confirmou
algo que já tinha aparecido em outros depoimentos, que á figura da menina
vítima da exploração sexual, que depois passa a ser utilizada como aliciadora
de outras adolescentes, porque tem uma facilidade de diálogo, pela própria
idade e interesses comuns”, disse a presidente da CPI.
Suspeitos
negam envolvimento
Um dos
depoimentos colhidos pela CPI da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira foi de
uma adolescente de 16 anos. Segundo denúncia apurada pelas deputadas, em 2012,
a jovem teria tentado marcar encontros entre a prima dela, à época com 12 anos,
com Adail Pinheiro (PRP), então candidato a prefeito.
Os pais da adolescente não quiseram falar com a imprensa. Também evitaram falar com a reportagem, Eudes de Souza e Jaime Paiva. Os três apresentaram como advogado Christian Naranjo.
Segundo Christian, os clientes dele negam envolvimento com os supostos crimes investigados pela CPI, mas estavam dispostos a colabora com a comissão. “Eles vieram hoje aqui, mas não sabem nem do que são acusados”, disse Naranjo.
Questionado se foi contratado por Adail Pinheiro para defender Eudes, Jaime e adolescente, Naranjo disse que não. “Eles que estão me pagando. É bom que fique claro que não tenho nenhuma relação com o prefeito (Adail). Estou na cidade para audiências no fórum e fui contrato pelo Eudes e as famílias das adolescentes. O Jaime me viu aqui e pediu para eu defendê-lo também”, afirmou o advogado.
Os pais da adolescente não quiseram falar com a imprensa. Também evitaram falar com a reportagem, Eudes de Souza e Jaime Paiva. Os três apresentaram como advogado Christian Naranjo.
Segundo Christian, os clientes dele negam envolvimento com os supostos crimes investigados pela CPI, mas estavam dispostos a colabora com a comissão. “Eles vieram hoje aqui, mas não sabem nem do que são acusados”, disse Naranjo.
Questionado se foi contratado por Adail Pinheiro para defender Eudes, Jaime e adolescente, Naranjo disse que não. “Eles que estão me pagando. É bom que fique claro que não tenho nenhuma relação com o prefeito (Adail). Estou na cidade para audiências no fórum e fui contrato pelo Eudes e as famílias das adolescentes. O Jaime me viu aqui e pediu para eu defendê-lo também”, afirmou o advogado.
Assessoria
descarta fundamento
A assessoria do prefeito Adail Pinheiro informou, nessa segunda-feira (23), que a denúncia de 2012 apurada pela CPI da Pedofilia não tem fundamento. “Juridicamente, ele (Adail) nunca foi acusado, uma vez que a denúncia não teve materialidade sequer para sustentar um inquérito policial, que seguiu para a Justiça com autoria por identificar e o crime por tipificar”. A assessoria disse também que as demais denúncias levadas à comissão já foram investigadas, e estão sendo “requentadas” por adversários políticos do prefeito.
A presidente da CPI da Pedofilia, Érica Kokay, disse que vai ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) pedir informações sobre a demora da Justiça do Estado em julgar processos onde Adail Pinheiro é réu. Entre eles há uma ação penal de 2009, por favorecimento da prostituição.
Depois que Adail se tornou prefeito novamente, o caso saiu da comarca da cidade e foi enviado ao TJ-AM. A ação penal tem como relator o desembargador Aristóteles Lima Thury, e está pronta para ser julgada por ele desde o dia 20.
Fábio Martins, proprietário da empresa Mega Models, não foi depor. A presidente da CPI disse que emitiu o mandado de condução coercitiva contra ele.
Fonte: A
Crítica/Notícias
Lúcio
Pinheiro
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