quarta-feira, 25 de setembro de 2013

CPI questiona TJAM sobre demora em processos contra Adail Pinheiro


 
Nesta terça-feira (24), representantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual criticaram a demora em processos de casos de pedofilia no Amazonas. A distribuição dos casos envolvendo o prefeito de Coari, Adail Pinheiro, teria sido realizada somente após a confirmação da visita da Comissão a Manaus segundo as parlamentares. O presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Ari Moutinho, anunciou que investigará o motivo do atraso.
Adail Pinheiro é suspeito de chefiar uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes no município de Coari, no interior do Amazonas  onde é prefeito. Em 2009, ele chegou a ser preso pela Polícia Federal (PF) em Manaus. Ele respondia a processos de corrupção de menores, sonegação de impostos e improbidade administrativa. Atualmente, ele é investigado também pela CPI.
Em visita a Manaus, a presidente da CPI, deputada federal Érika Kokay, e a relatora, Liliam Sá, foram até o TJAM questionar a demora em julgamentos dos casos denunciados. Durante a conversa com o presidente do TJAM, as deputadas descobriram que alguns processos foram distribuídos depois da confirmação da vinda da CPI ao estado. Entre os casos estão seis que se referem ao prefeito de Coari, Adail Pinheiro. "Todos eles começaram a tramitar a partir do dia 19 de setembro, quando nós tornamos pública a nossa visita ao estado", completou Kokay.
O presidente do TJAM prometeu a abertura de uma sindicância para apurar o episódio. "Será aberta uma sindicância para verificar a razão maior dessa morosidade", afirmou Moutinho.
As deputadas declararam que o Amazonas é o pior estado do país em termos de pedofilia, e afirmaram que querem voltar ao estado para acompanhar a situação dos processos. Um relatório dos trabalhos no Amazonas deve ser entregue ao Conselho Nacional de Justiça.
As duas criticaram ainda a ação do estado diante das denúncias de casos de exploração sexual. De 2012 até agora, segundo a CPI, só em Manaus foram registrados pela Polícia Civil mais de 1900 casos de pedofilia. "Nós pensamos que se não rompermos com a impunidade, não vamos conseguir combater a exploração sexual", disse Érika Kokay.
Diante das críticas da CPI, o governo informou que as denúncias de violência sexual contra menores que chegam à Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) são apuradas, e que vítimas e familiares recebem acompanhamento multidisciplinar pelos centros de referência especializados da assistência social.
Fonte: G1 AM

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