Nesta terça-feira (24), representantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual criticaram a demora em processos de casos de pedofilia no Amazonas. A distribuição dos casos envolvendo o prefeito de Coari, Adail Pinheiro, teria sido realizada somente após a confirmação da visita da Comissão a Manaus segundo as parlamentares. O presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Ari Moutinho, anunciou que investigará o motivo do atraso.
Adail Pinheiro é suspeito de chefiar uma rede de
exploração sexual de crianças e adolescentes no município de Coari, no interior
do Amazonas onde é prefeito. Em 2009,
ele chegou a ser preso pela Polícia Federal (PF) em Manaus. Ele respondia a
processos de corrupção de menores, sonegação de impostos e improbidade
administrativa. Atualmente, ele é investigado também pela CPI.
Em visita a Manaus, a presidente da CPI, deputada
federal Érika Kokay, e a relatora, Liliam Sá, foram até o TJAM questionar a
demora em julgamentos dos casos denunciados. Durante a conversa com o
presidente do TJAM, as deputadas descobriram que alguns processos foram
distribuídos depois da confirmação da vinda da CPI ao estado. Entre os casos
estão seis que se referem ao prefeito de Coari, Adail Pinheiro. "Todos
eles começaram a tramitar a partir do dia 19 de setembro, quando nós tornamos
pública a nossa visita ao estado", completou Kokay.
O presidente do TJAM prometeu a abertura de uma
sindicância para apurar o episódio. "Será aberta uma sindicância para
verificar a razão maior dessa morosidade", afirmou Moutinho.
As deputadas declararam que o Amazonas é o pior
estado do país em termos de pedofilia, e afirmaram que querem voltar ao estado
para acompanhar a situação dos processos. Um relatório dos trabalhos no
Amazonas deve ser entregue ao Conselho Nacional de Justiça.
As duas criticaram ainda a ação do estado diante
das denúncias de casos de exploração sexual. De 2012 até agora, segundo a CPI,
só em Manaus foram registrados pela Polícia Civil mais de 1900 casos de
pedofilia. "Nós pensamos que se não rompermos com a impunidade, não vamos
conseguir combater a exploração sexual", disse Érika Kokay.
Diante das críticas da CPI, o governo informou que
as denúncias de violência sexual contra menores que chegam à Delegacia
Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) são apuradas, e
que vítimas e familiares recebem acompanhamento multidisciplinar pelos centros
de referência especializados da assistência social.
Fonte: G1 AM
Nenhum comentário:
Postar um comentário