quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Relatos à CPI da Pedofilia indicam alcance de rede de exploração sexual


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes em todo o País colherá novos depoimentos no Amazonas para aprofundar as investigações sobre este crime em Coari. Na cidade, a Comissão investiga o envolvimento do prefeito Adail Pinheiro com uma rede de exploração sexual de adolescentes. 
“A cada dia que passa, percebemos que esta suposta rede de exploração tem uma amplitude muito maior, por isto vamos chamar outras pessoas para depor, porque vamos descobrindo outras vertentes, outros modus operantis e outros atores”, avaliou a presidente da CPI, deputada federal Érika Kokay.
Nesta segunda-feira, a presidente da CPI acompanhada da relatora da Comissão, deputada federal Liliam Sá, ouviram o depoimento de seis testemunhas no município de Coari, sendo quatro que teriam envolvimento com o suposto esquema de exploração sexual de menores e duas testemunhas que sustentaram as acusações contra o prefeito de Coari.
Foram ouvidos o ex-segurança do prefeito Adail Pinheiro, sargento da Polícia Militar Antonio Aguiar, o ex-fotógrafo do prefeito Jaime Levi Paiva, uma adolescente de 16 anos, que não pode ter o nome divulgado, além de Eudes de Souza Azevedo, marido da ex-secretária de Ação Social de Coari, Maria Lândia Rodrigues dos Santos.
De acordo com o advogado Christhian Naranjo, que acompanhou os depoimentos de três testemunhas a pedido dos intimados, todos negaram as suspeitas de envolvimento com crimes de pedofilia. “O depoimento foi muito tranquilo. Pelo que acompanhei não houve nenhuma menção à exploração sexual de menores”, afirmou o advogado.
O proprietário da agência Mega Models, Fábio Martins Marques, estava entre as pessoas intimadas para testemunhar em Coari, mas, de acordo com a deputada Érika Kokay, ele afirmou por telefone que não iria comparecer. “Vamos emitir um mandado de condução coercisiva para obrigá-lo a depor”, afirmou a presidente da CPI.
Érika destacou o depoimento, da mãe de uma adolescente que afirma ter sido sequestrada e transportada para Manaus. “Há uma conveniência ou, no mínimo, uma negligência na fiscalização das empresas de táxi aéreo que atuam na cidade. Temos outros relatos de meninas que saem de Coari para Manaus e também que saem de Manaus para Coari nesta rede de exploração”, afirmou a deputada.
A CPI promoveu na noite desta segunda-feira uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), para discutir as políticas públicas para combater a exploração sexual de crianças e adolescentes. Participaram da audiência a secretária-executiva estadual de Assistência Social, Graça Prola, e o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Wesley Aguiar.
A assessoria do prefeito de Coari informou que tudo que a CPI apresentou, até o momento, foram “assuntos requentados” da operação Vorax, deflagrada em 2008 pela Polícia Federal, tramitando em segredo de Justiça no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).
Ainda de acordo com a assessoria, a denúncia que motiva a investigação da CPI não teve a materialidade confirmada pela polícia, sendo encaminhada à Justiça com os itens ‘autor’ e ‘crime’ “por identificar”. Segundo a assessoria, não há nenhum indício da participação do prefeito de Coari na denúncia de aliciamento de uma menor de idade.
Em 27 de agosto, Adail Pinheiro, compareceu para prestar esclarecimento à CPI em Brasília e se reservou ao direito de ficar calado quando foi questionado sobre a acusação de participar de uma rede de prostituição de crianças e adolescentes, investigada durante a operação Vorax, em 2008. Quanto às denuncias mais recentes de crimes de pedofilia, o prefeito tentou desqualificar os denunciantes, informou, na época, a presidente da Comissão.

Fonte:Álisson Castro . portal@d24am.com

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