A
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga crimes de exploração
sexual de crianças e adolescentes em todo o País colherá novos depoimentos no
Amazonas para aprofundar as investigações sobre este crime em Coari. Na cidade,
a Comissão investiga o envolvimento do prefeito Adail Pinheiro com uma rede de
exploração sexual de adolescentes.
“A cada
dia que passa, percebemos que esta suposta rede de exploração tem uma amplitude
muito maior, por isto vamos chamar outras pessoas para depor, porque vamos
descobrindo outras vertentes, outros modus operantis e outros atores”, avaliou
a presidente da CPI, deputada federal Érika Kokay.

Foram
ouvidos o ex-segurança do prefeito Adail Pinheiro, sargento da Polícia Militar
Antonio Aguiar, o ex-fotógrafo do prefeito Jaime Levi Paiva, uma adolescente de
16 anos, que não pode ter o nome divulgado, além de Eudes de Souza Azevedo,
marido da ex-secretária de Ação Social de Coari, Maria Lândia Rodrigues dos
Santos.
De acordo
com o advogado Christhian Naranjo, que acompanhou os depoimentos de três
testemunhas a pedido dos intimados, todos negaram as suspeitas de envolvimento
com crimes de pedofilia. “O depoimento foi muito tranquilo. Pelo que acompanhei
não houve nenhuma menção à exploração sexual de menores”, afirmou o advogado.
O
proprietário da agência Mega Models, Fábio Martins Marques, estava entre as
pessoas intimadas para testemunhar em Coari, mas, de acordo com a deputada
Érika Kokay, ele afirmou por telefone que não iria comparecer. “Vamos emitir um
mandado de condução coercisiva para obrigá-lo a depor”, afirmou a presidente da
CPI.
Érika
destacou o depoimento, da mãe de uma adolescente que afirma ter sido sequestrada
e transportada para Manaus. “Há uma conveniência ou, no mínimo, uma negligência
na fiscalização das empresas de táxi aéreo que atuam na cidade. Temos outros
relatos de meninas que saem de Coari para Manaus e também que saem de Manaus
para Coari nesta rede de exploração”, afirmou a deputada.
A CPI
promoveu na noite desta segunda-feira uma audiência pública na Assembleia
Legislativa do Estado (ALE), para discutir as políticas públicas para combater
a exploração sexual de crianças e adolescentes. Participaram da audiência a
secretária-executiva estadual de Assistência Social, Graça Prola, e o
secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Wesley Aguiar.
A
assessoria do prefeito de Coari informou que tudo que a CPI apresentou, até o
momento, foram “assuntos requentados” da operação Vorax, deflagrada em 2008
pela Polícia Federal, tramitando em segredo de Justiça no Tribunal de Justiça
do Amazonas (TJAM).
Ainda de
acordo com a assessoria, a denúncia que motiva a investigação da CPI não teve a
materialidade confirmada pela polícia, sendo encaminhada à Justiça com os itens
‘autor’ e ‘crime’ “por identificar”. Segundo a assessoria, não há nenhum
indício da participação do prefeito de Coari na denúncia de aliciamento de uma
menor de idade.
Em 27 de
agosto, Adail Pinheiro, compareceu para prestar esclarecimento à CPI em
Brasília e se reservou ao direito de ficar calado quando foi questionado sobre
a acusação de participar de uma rede de prostituição de crianças e
adolescentes, investigada durante a operação Vorax, em 2008. Quanto às
denuncias mais recentes de crimes de pedofilia, o prefeito tentou desqualificar
os denunciantes, informou, na época, a presidente da Comissão.
Fonte:Álisson
Castro . portal@d24am.com
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