Edema na testa, lesões na mucosa, olhos roxos e tão inchados que mal podia abrir. O autor de tamanha injustiça contra a menina T., de 2 anos? “Foi a mamãe”, segundo a própria criança, adotada pela procuradora de justiça aposentada Vera Lúcia de Sant'anna Gomes. De acordo com ex-empregados da procuradora (não sei de que justiça), Vera Lúcia torturava a menina.
O Ministério Público Estadual entrou, hoje, com representação cível na Justiça contra a procuradora. Os promotores pedem, na ação, que Vera Lúcia seja condenada a pagar multa por ter violado os deveres da guarda, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O MP estuda, ainda, ingressar com uma ação de dano moral contra Vera Lúcia em favor da menina devido às humilhações enquanto estava sob a guarda da procuradora. Mas isso é muito pouco quando se trata de uma criança indefesa, de 2 anos, que nunca esquecerá as atrocidades que sofreu.
A polícia investiga se a menina foi torturada. Se Vera Lúcia for denunciada apenas por maus-tratos, a pena será inferior a quatro anos e poderá até ser substituída por prestação de serviço comunitário. Mas, se a promotora responder por tortura, a pena poderá variar de 2 a 8 anos de prisão, podendo passar de 10 anos por envolver uma criança. Mesmo que isso ocorra, não pagará a dor e violência psicológica sofrida pela criança que, erroneamente, pensou que estivesse ganhando um lar e ainda teve que voltar para um abrigo.
A procuradora tirou a vez de um casal habilitado e muito interessado em adotar a menina. Adoção é sublime ato de amor, como diz o slogan da campanha da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja), da qual faço parte. Também participo do grupo metodista de adoção Ana Gonzaga e nunca vi tamanha crueldade com filho adotivo.
Parabenizo os conselheiros tutelares da Zona Sul que não se intimidaram diante da posição social da acusada e a polícia que demonstra boa vontade em elucidar esse fato. Violência contra criança tem que ser denunciada. Se você conhece algum vizinho ou parente que esteja espancando, abusando sexualmente ou praticando qualquer tipo de violência contra meninos e meninas, denuncie na Comissão da Criança da Câmara do Rio: 0800-2829-996. Sua identidade será preservada. OMISSÃO É CRIME!
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