O abuso sexual contra a criança é sempre velado. Geralmente não deixa vestígios físicos, mas marcas profundas na criança abusada que, muitas vezes, tem que viver sob o mesmo teto do abusador. Em muitos casos, o abuso é encoberto por seus familiares, principalmente pela própria mãe. É comum mulheres pobres, de origem humilde, terem medo de denunciar seus companheiros por dependerem financeiramente deles e, por isso, abafam o grito inocente de seus filhos em anos e anos de abusos.
Quando a Igreja Católica diz que os pedófilos incrustam-se em diversas camadas sociais e profissionais nas quais podem se aproximar de crianças (Revista Época de 19/04 pg. 111), está corretíssima. Os pedófilos estão em qualquer lugar que lhes propicie o contato direto com a criança e que possa deixá-los à vontade para agirem.
Graças a Deus, a justiça vem mudando. Antes, a criança não tinha voz. Hoje, para a justiça, sua fala tem valor probante e privilegia seu direito. A definição de estupro mudou no Código Penal Brasileiro. Com a nova redação dada pela Lei 12.015/2009, o artigo 213 define estupro como “constranger alguém (e não mais apenas a mulher), mediante violência ou grave ameaça a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. A pena prevista para esse crime é reclusão de seis a dez anos. Se a conduta resulta em lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 ou maior de 14 anos, a pena aumenta: reclusão de 8 a 12 anos. Se a conduta resulta em morte, a pena pode chegar a 30 anos de reclusão.
É lamentável que o sonho de milhares de meninos de alcançarem o sacerdócio e pregarem o Evangelho de Jesus Cristo tenha se perdido, deixando marcas profundas na alma de seres indefesos e que seus algozes jamais pagarão criminalmente por isso. As noites de terror, a dor , a humilhação e o sofrimento estarão para sempre latentes em suas lembranças. Do que adianta o perdão?
Nenhum comentário:
Postar um comentário