A CPI da Exploração Sexual da Câmara
dos Deputados fez diligência nesta quinta-feira, dia 22 no Rio de Janeiro e se
reuniu com delegados na Chefia da Polícia Civil, no Centro, e mães de crianças
desaparecidas. Relatora da CPI, a deputada federal Liliam Sá (PROS-RJ)
perguntou sobre o andamento das investigações acerca do desaparecimento de
meninas do Rio, como Larissa Gonçalves, que sumiu, em 2008, aos 11 anos, em São
Cristóvão, e sobre as ossadas que foram encontradas num terreno da Aeronáutica
na Avenida Brasil.
A delegada Elen Souto, do setor de descoberta de paradeiro
da Delegacia de Homicídios, disse que 213 ossadas de 2000 a 2009 estão sendo
analisadas para verificar se algumas são das meninas desaparecidas e que, em
uma semana, os laudos ficarão prontos. Depois, então, será feito exame de DNA nas
mães das crianças para verificar se são das meninas.
A
pedido das mães, a delegada Elen disse que será feita a progressão de imagem,
processo digital de envelhecimento, já que as crianças não têm mais as mesmas
idades. A delegada também anunciou a inauguração da Delegacia de Pessoas
Desaparecidas, logo após a Copa, na Cidade da Polícia, em Manguinhos.
O
delegado titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, Marcelo Maia,
disse que existe uma rede de tráfico internacional que inclui hotéis, boates e
taxistas e pediu apoio à CPI para a instalação de uma Vara Especializada em
crimes contra a criança vítima. O delegado anunciou que, até o final do ano,
será inaugurado, no Hospital Souza Aguiar, o Centro de Atendimento ao Adolescente
e à Criança que atenderá vítimas de crimes sexuais. O centro terá três salas:
uma para registro de ocorrências, outra para entrevista investigativa e outra
para IML.
Já na
audiência no Quarto Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da
Infância e Juventude do Ministério Público (CAO), a CPI tratou do caso Meninas
de Guarus, em Campos, onde adolescentes que saíram da rede de exploração estão
desaparecidas. Segundo a deputada, o processo desse caso foi negado duas vezes
para a CPI, uma vez pela juíza Anna Carolinne da Costa, da Segunda Vara
Criminal de Campos e, depois, pela juíza Maria Paula Gouvêa Galhardo, do
Tribunal de Justiça. Liliam acrescentou que o processo, estranhamente, foi
parar até em Duque de Caxias.
A deputada encaminhou para o
coordenador do quarto CAO, promotor Marcos Moraes Fagundes, o pedido do
delegado Marcelo Maia de uma Vara especializada em crimes contra a Criança. O
promotor disse que a Vara está em discussão no Rio e que ela já existe no Rio
Grande do Sul e em Pernambuco. Ele falou da importância da qualificação da
escuta de crianças vítimas de violência sexual para evitar a revitimização, ou
seja, de profissionais qualificados para ouvirem os relatos. Liliam Sá informou
que vai questionar o Ministério Público Federal e o Conselho Nacional de
Justiça sobre o porquê de tanta morosidade em relação ao processo das Meninas
de Guarus.
Andreia Brilhante
Assessora de imprensa da deputada federal Liliam Sá
(21) 98566-8946
3357-3666
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