A Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
se reúne na segunda semana de fevereiro com o presidente da Confederação Brasileira
de Futebol (CBF), José Maria Marin, para firmar um pacto contra o abuso sexual
de jovens durante a Copa do Mundo e também pelo combate à pedofilia nos clubes
esportivos.
O possível aumento
dos casos de exploração sexual durante a Copa preocupa a comissão. A relatora
da CPI, deputada Liliam Sá (Pros-RJ), informa que, na África do Sul, após a
Copa de 2010, houve um aumento de 20% nos índices de abuso sexual de crianças e
jovens. No Brasil, na avaliação da deputada, as políticas públicas de combate ao
problema são insuficientes.
Liliam Sá destaca
que o programa Proteja, com ações de proteção às crianças e adolescentes
durante a Copa do Mundo, ainda não é uma realidade em todas as 12 cidades-sedes
do evento. O programa é coordenado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos
e pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.
"Falta
investimento. Há uma certa negligência.
Qual estado quer confirmar para uma autoridade que existe turismo sexual? É uma
coisa feia. Ninguém quer falar sobre isso", critica a deputada.
Como exemplo de
iniciativas bem-sucedidas, Liliam Sá cita o caso da Bahia, que, em grandes
eventos, como o Carnaval, já realiza um trabalho de acolhimento de crianças
cujos pais trabalham durante a festa, como ambulantes ou catadores.
A deputada elogia
também o planejamento do governo federal para manter antes, durante e após os
jogos da Copa pontos móveis dos conselhos tutelares locais para receber
denúncias.
Em um esforço para
combater o problema, o Ministério do Turismo está distribuindo cartazes,
folhetos e adesivos em bares, hotéis, centros de atendimento ao turista,
rodoviárias e aeroportos de todo o Brasil.
O
coordenador-geral de Proteção à Infância do Ministério do Turismo, Adelino
Neto, avalia que, pelas campanhas, é possível aumentar a conscientização do
setor e ampliar as denúncias.
"Turismo
responsável só vai poder ser pautado se o desenvolvimento econômico que os
países estão experimentando com a atividade turística também for acompanhado de
uma questão social bem apurada e que possa garantir desenvolvimento de uma
geração futura", diz Adelino Neto.
Além do Disque 100, outra ferramenta para denunciar casos de violência sexual
de crianças e adolescentes é o aplicativo gratuito para tablets e smartphones
"Proteja Brasil". Uma parceria da Secretaria Nacional de Direitos
Humanos com o Unicef e outras entidades, o aplicativo facilita a localização de
números e locais mais próximos para uma denúncia.
Na Câmara dos
Deputados, a CPI que investiga a exploração de crianças e adolescentes também
recebe denúncias, que podem ser encaminhadas pelo 0800 619 619. Segundo o
Ministério da Justiça, o maior número de denúncias ocorre no Rio de Janeiro, na
Bahia e em São Paulo.
Fonte: Agência
Câmara
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