quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Congresso promulga fim do voto secreto em processo de cassação de parlamentar



O Congresso Nacional promulgou, nesta quinta-feira, a emenda constitucional 76, de 2013, que acaba com as votações secretas nos processos de cassação de deputados e senadores e no exame de vetos presidenciais. O novo rito de votação aberta já vale para as próximas votações sobre perda de mandato parlamentar.

A proposta original da Câmara acabava com o voto secreto em todas as deliberações do Poder Legislativo, mas o Senado decidiu acatar apenas a parte da proposta de emenda à Constituição, que prevê voto aberto para os processos de perda do mandato de deputados e senadores e no exame dos vetos presidenciais. Dessa forma, os senadores fatiaram o texto em duas partes. A parte não aprovada voltará para a análise da Câmara na forma de outra PEC.

A emenda constitucional aprovada não prevê, por exemplo, o voto aberto para a escolha de autoridades - que é uma função exclusiva do Senado Federal, e em deliberações das assembleias legislativas, da Câmara Legislativa do Distrito Federal e das câmaras de vereadores.
Durante a sessão solene de promulgação da emenda à Constituição, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, disse que ao adotar o voto aberto o Congresso caminha ao encontro dos anseios do povo brasileiro.

"Não há mais espaço na política brasileira para o obscurantismo das decisões envergonhadas e escondidas. Quem quer realmente representar o nosso povo tem que se abrir a esta sociedade. Uma sociedade mais alerta aos fatos políticos. Uma sociedade que cobra por melhores serviços públicos, por mais educação, por mais cultura, por um meio-ambiente mais saudável. Que cada um assuma as suas posições legítimas e busque a cada eleição o reconhecimento popular."

Com a promulgação da PEC do Voto Aberto, os deputados condenados na ação penal do mensalão, já deverão ter a cassação analisada em votação aberta. Enquadram-se nessa situação os deputados Valdemar Costa Neto, do PR de São Paulo, João Paulo Cunha e José Genoíno, ambos do PT também de São Paulo, bem como o deputado Natan Donadon, que cumpre pena de prisão por participar de um esquema de fraude em licitações para contratos de publicidade da Assembleia Legislativa de Rondônia.
Fonte: Rádio Câmara, de Brasília, Murilo Souza

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