quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Relatório com propostas para combater violência doméstica é entregue a presidente Dilma Rousseff



Em sessão solene do Congresso Nacional, a presidente da República, Dilma Rousseff, recebeu  relatório final Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência Contra a Mulher.
O texto final, de mil páginas, foi aprovado pela comissão no início de julho e é resultado de um ano e meio de trabalho, que envolveu 24 audiências públicas em 18 estados e analisou mais de 30 mil páginas de documentos.
O relatório traz um diagnóstico da violência e do enfrentamento do problema em todo o País e apresenta 73 recomendações às diferentes esferas de governo. O texto revela que, nas três últimas décadas, 92 mil mulheres foram assassinadas no Brasil, o que coloca o País na sétima posição em assassinatos de mulheres no mundo. 
Não há dados oficiais, mas, de acordo com o Instituto Sangari, nos últimos dez anos, 43 mil mulheres foram assassinadas no Brasil em casos de violência doméstica.
O programa do governo, coordenado pela Secretaria de Políticas Para Mulheres, integra ações e serviços públicos de segurança, justiça, saúde, assistência social, acolhimento, abrigamento e orientação para trabalho, emprego e renda. Para isso, em dois anos, devem ser investidos R$ 265 milhões, sendo quase R$ 138 milhões em 2013. 
Em seu pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff reiterou a disposição do governo federal em atuar junto a todos os poderes da República, aos estados, municípios e movimentos sociais, no sentido de aprimorar a legislação para fortalecer o aparato de repressão à violência contra a mulher. E também, segundo Dilma, na ampliação e na humanização da estrutura de acolhimento e de proteção à mulher vítima da violência. "As mais de mil páginas desse relatório, fruto de 18 meses de trabalhos do Congresso Nacional, contam histórias trágicas que devemos repudiar e que têm que nos levar a agir com toda a nossa determinação para que não se repita, e coibi-las”, ressaltou a presidente. “Trazem também um elenco de propostas para os próximos passos que devemos dar para que as mulheres encontrem na estrutura do Estado o apoio e a proteção que precisam e que merecem."
O relatório da CPMI apoia 14 projetos de lei para fortalecer o enfrentamento à violência contra mulheres e propõe mudanças na Lei Maria da Penha  (Lei 11.340/06, que está completando sete anos.
O texto cria a figura do feminicídio como agravante do crime de homicídio e muda a Lei dos Crimes de Tortura (Lei 9.455/97. A proposta classifica como tortura a submissão de alguém à violência doméstica e familiar. A CPI também sugere a criação de uma comissão permanente de deputados e senadores voltada ao combate à violência contra a mulher.

Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Newton Araújo

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