sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Pernambuco recebe a CPI da Exploração Sexual Infantojuvenil






Como autora e relatora da CPI da Exploração Sexual Infantojuvenil, estive em Pernambuco com parlamentares integrantes da comissão, para darmos continuidade às diligências e audiências públicas. Pernambuco é o quarto Estado a receber a visita da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Fizemos diligências no Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude, na Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente  e na Vara da Infância e da Juventude.
A CPI também realizou audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, que contou com a presença de várias autoridades entre elas: a secretária de Diretos Humanos do Município de Recife, Maria do Amparo Almeida; a secretária de Assistência Social de Recife, Niedja da Silva - que representou o prefeito da cidade, João da Costa; e o superintendente regional da Polícia Federal, Marlon Jefferson.
Estivemos reunidos com o vice-governador de Pernambuco João Lyra Neto e cobramos do governo a falta de investimentos na polícia técnica, no serviço de inteligência e no péssimo estado que se encontra a delegacia da criança.
         Várias denúncias chegaram às mãos da CPI nestes dois dias de visita. As denúncias envolvem adolescentes em "casas de pagode", situados em bairros pobres de Recife e redes de tráfico interno de crianças. Também recebi da imprensa a denúncia de que  meninos e meninas estariam sendo explorados sexualmente em troca de crack na  região central do Recife.
Realizamos uma diligência no local, com apoio da Polícia Federal, da Policia Rodoviária Federal e do Juiz da 2ª Vara da Infância Dr. Luiz Gomes da Rocha, mas não encontramos crianças ou adolescentes, somente mulheres adultas em situação de rua. Orei com as três jovens que admitiram se prostituir no local. Uma delas chorando disse-me que se tivesse uma clínica onde pudesse se tratar, gostaria de sair desta vida.
         Como nos outros Estados visitados pela CPI, Pernambuco também vive o problema do crack que está diretamente ligado à exploração sexual, visto que não há locais para tratar esses dependentes. As denúncias chegam, as crianças são encaminhadas para serviços de assistência dos governos e voltam para as ruas no dia seguinte. É muito triste, precisamos de um local para tratar esses meninos e meninas que muitas vezes querem deixar essa vida, mas não há um local para tratá-los.
Outro ponto discutido durante a visita da CPI foi o problema causado pelas grandes obras, só em Pernambuco 40 mil trabalhadores chegaram no Porto de Suape. Isso facilita a exploração sexual infantojuvenil, uma vez que não são realizados programas de prevenção e enfrentamento a este crime.
Vou fazer um relatório sobre a realidade que encontrei em Pernambuco e encaminhar a Prefeitura de Recife e ao Governo do Estado, pedindo que providências sejam tomadas para tentar amenizar a situação de abandono desses dependentes. 

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