terça-feira, 12 de outubro de 2010

No Dia das Crianças, quase nada a comemorar

       Não temos muito a comemorar no Dia das crianças. No Brasil e no mundo, milhões de crianças vivem em condições sub-humanas: sem casa, comida, em famílias desestruturadas, sendo espancadas ou abusadas sexualmente e sofrendo todo tipo de violência psicológica. São seres indefesos que têm, covardemente, massacrados seus direitos básicos.
       É assustadora a situação de meninos pobres do Afeganistão entre 11 e 18 anos que são recrutados para animar festas de homens ricos e poderosos. Eles são obrigados a se vestir como mulheres, dançar, cantar e ter relações sexuais em troca de um pouco de dinheiro para a família.
       Cenas do documentário “The Dancing Boys of Afghanistan” (“Os Garotos Dançarinos do Afeganistão”, em tradução livre), foi exibido, há poucos meses, pela rede norte-americana de televisão “PBS”, revelando essa antiga tradição ilegal no país, chamada de “bacha bazi”, que, na tradução, seria algo como “brincar com meninos”.
No Brasil, a pedofilia também é assustadora, bem como toda sorte de violência infantil. Em Volta Redonda, um padrasto espancou, recentemente, um menino de 4 anos até a morte.
Mas devido a um trabalho de conscientização que temos feito sobre a importância de denunciar, vários autores de crimes contra a criança têm sido presos. A polícia do Estado do Rio nunca prendeu tantos pedófilos como ultimamente.
Muito mais, porém, ainda precisa ser realizado para que nossas crianças tenham a infância que merecem. Criança tem que ser prioridade nos projetos de nossos governantes. O Estatuto da Criança e do Adolescente precisa ser revisto para que meninos e meninas tenham, de fato, seus direitos garantidos. As penas para crimes contra crianças têm que aumentar. É necessária toda uma estrutura na defesa desses direitos, desde a prevenção da violência, que passa pelo planejamento familiar até a punição dos agressores. A justiça social que tanto queremos só virá com investimentos na infância. E, então, o Dia das Crianças será muito diferente. Eu acredito!

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