quinta-feira, 13 de maio de 2010

Bullying acaba em morte / Ouça sempre seus filhos

O assassinato do estudante Matheus Avragov, 15 anos, em Porto Alegre, pelo próprio colega de turma, de 14 anos, mostrou que as escolas não estão preparadas para lidar com o bullying. Bullying é a violência física ou psicológica intencional e repetitiva, sem motivo evidente, praticada por um ou mais estudantes contra outro. O delegado Andrei Luiz Ivan disse que Matheus tinha a forma física avantajada e, por isso, era alvo frequente de humilhações e chacotas na escola. O menino sofria calado, mas às vezes acabava reagindo. Foi numa dessas reações, que, segundo testemunhas, ele teria batido num garoto amigo do autor do crime. Este acabou atirando no peito de Matheus quando ele descia do ônibus. O menino assassino se entregou.

Por que o adolescente estava armado? Onde arrumou aquela arma? Como era a sua relação com a família? Ela sabia que ele estava armado? Na verdade, são dois jovens perdidos. Duas famílias destruídas. Um deles com claro problema na formação do caráter, provavelmente influenciado por circunstâncias em que vive.

É lamentável que a direção da escola, sabendo que Matheus era vítima de bullying, segundo relato da mãe, Tatiana Avragov, não tenha feito nada. A mãe garante que comunicou várias vezes à Escola Municipal Antônio Giúdice as pressões que seu filho sofria. “Ele vinha pedindo para sair de lá e falava ‘mãe, eles não me deixam estudar, ficam me xingando de gordo’ ”.

O bullying acontece em várias escolas de todo o mundo. O que a direção dessas unidades de ensino e os educadores estão esperando para combater esse problema? Morrerem mais crianças e adolescentes? Para conter o avanço do bullying, as escolas precisam organizar projetos, investir em palestras, mostrando a gravidade dessa violência. É importante que haja uma contribuição conjunta de todos os envolvidos nessa questão: diretores, professores, funcionários, alunos, pais e secretários de educação.

Aqui vai um alerta aos pais: deem ouvidos aos filhos quando eles se queixarem de agressões psicológicas ou físicas sofridas na rua ou na escola. A prevenção evitará tragédias futuras.

Um comentário:

Fernando Carlos de Oliveira disse...

Vereadora, lamentavelmente Vossa Excelência está mal informada. É trágico o fato ocorrido, fora da escola, às 22h, fora do controle da escola e com adolescentes que não estudam na escola. Sua afirmação é no mínimo superficial e aproveita a morte de um adolescente para produzir fruto nenhum. A mãe jamais buscou a escola, como afirmou. A mãe não se fez presente na escola. Houve 3 atividades, uma em março, outra em abril e a anterior à fatalidade em 10 de maio. Sua postagem é um lastimável. Precisamos ajudar os educadores que hoje não tem apoio nem dos pais, nem das autoridades. Sou o diretor da escola Antônio Giúdice e afirmo que realizamos atividades preventivas e agimos de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Pergunta básica: se o adolescente era ameaçado, o que fazia à noite, numa vila perigosa, àquele horário? Por favor, não desautorize nossos educadores. Precisamos de apoio, pois as famílias cada vez deixam de cumprir seu papel de educadores. Nosso blog mostra o quanto realizamos: http://esquinaglobal.blogspot.com
Obrigado.
Prof. Fernando, Diretor da EMEF Antônio Giúdice