quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Parlamentares latino-americanos vão priorizar luta contra a mortalidade materna



A redução da mortalidade materna será questão prioritária no Parlamento Latino-Americano (Parlatino) e no Parlamento do Mercosul (Parlasul). Essa é uma das conclusões do 1º seminário de parlamentares da América Latina e Caribe para debater a saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil, promovido nesta semana pelas comissões de Seguridade Social e Família, e de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

O documento final do seminário, concluído nesta quinta-feira, lista os compromissos a serem seguidos pelos parlamentares em seus países de origem para reduzir em 75%, até 2015, a mortalidade infantil e materna e cumprir os Objetivos do Milênio, firmados em 2000 pela Organização das Nações Unidas (ONU). O texto destaca que morrem, por ano, mais de nove mil mulheres na região por motivos ligados à maternidade, e entre 70 e 80 mil crianças, nos primeiros 28 dias de vida. Mortes, que segundo os especialistas, poderiam ser evitadas. "Os dados mostram ser pouco viável o cumprimento das metas estabelecidas", diz a carta.

O Brasil já conseguiu atingir, cinco anos antes do prazo, o objetivo de reduzir em 75%, até 2015, a mortalidade infantil. O País enfrenta, entretanto, dificuldades para atingir a mesma meta no caso da mortalidade materna. Na América Latina e Caribe, só o Uruguai a cumpriu.

Entre os objetivos assumidos pelos parlamentares, está o de exigir dos governos da região o cumprimento dos compromissos assumidos em fóruns internacionais. Os parlamentos devem ainda participar ativamente e dar suporte legislativo a ações que promovam o acesso universal ao serviço de saúde e, em especial, a qualidade da saúde materna e neonatal. Essas ações devem garantir transparência e o acesso da população a informações sobre saúde sexual e reprodutiva; melhoria da cobertura universal e gratuita de saúde para as populações mais vulneráveis; e serviços de saúde de qualidade, incluindo saúde sexual e reprodutiva, atenção à gravidez, parto e pós-parto e ao recém-nascido por pessoal qualificado.

Por fim, os parlamentares devem, com o apoio técnico de agências internacionais como a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), assim como os parlamentos regionais e a sociedade civil, avançar na agenda de saúde.

A subcomissão da Câmara dedicada à saúde da mulher deve apresentar relatório final em seis meses. Entre as propostas que serão apresentadas, está a punição dos hospitais que não cumprem a legislação que determina a presença de um acompanhante para as mulheres na hora do parto. Dados obtidos pela subcomissão apontam que só 36% das mulheres têm esse direito garantido hoje.

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