A Comissão de Relações Exteriores ouviu, nesta quarta-feira, o
delegado da Polícia Federal Umberto Ramos Rodrigues, responsável pela
operação Ninfas, que desmontou uma rede de prostituição internacional
com apoio de autoridades espanholas. De acordo com o delegado, mulheres
brasileiras, do estado de Goiás, estavam sendo traficadas por uma rede
de prostituição internacional. Com base em investigações, a operação
teve como objetivo resgatar mulheres e prender integrantes da quadrilha
no Brasil e na Europa.
As mulheres eram levadas principalmente de cidades do interior de
Goiás, como Uruaçu e Anápolis, as principais origens. Mas a capital do
estado, Goiânia, também faz parte da rota do crime. De lá seguiam para a
Espanha, na maioria das vezes. Ou então para Portugal, Suíça e Itália,
outros destinos de quem era recrutado pela rede de prostituição. Segundo
estimativas das autoridades policiais que investigam o crime, essas
mulheres chegavam na Europa devendo aos recrutadores em média R$ 13 mil,
valor das passagens e dos gastos com passaporte e roupas bancados pelos
agenciadores.
Na audiência pública, o delegado Umberto Ramos Rodrigues esclareceu
que essas mulheres, na maioria dos casos, já praticavam a prostituição
no Brasil e sabem que vão se prostituir no exterior. O que não retira o
caráter criminoso do recrutamento feito pelos agenciadores.
O delegado Umberto Ramos lembrou que o tráfico de pessoas é mantido
por uma extensa rede que vai desde a retirada de passaportes até o
embarque para o exterior. E disse que agora as investigações da Polícia
Federal se voltam para a atuação das agências de viagens. Segundo o
delegado, a polícia desconfia que agências colaboram com as redes de
tráfico internacional ao desmembrar grupos de mulheres e evitar
suspeitas. Humberto Ramos sugere a criação de mecanismos de prevenção ao
crime que incluam a colaboração das agências de viagens.
Os deputados estudam a criação de uma proposta que tipifica o crime
de tráfico de pessoas, com penas que seriam de cinco a oito anos de
reclusão e multa.
Fonte:Rádio Câmara
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