quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Comissão ouve delegado sobre tráfico de mulheres

A Comissão de Relações Exteriores ouviu, nesta quarta-feira, o delegado da Polícia Federal Umberto Ramos Rodrigues, responsável pela operação Ninfas, que desmontou uma rede de prostituição internacional com apoio de autoridades espanholas. De acordo com o delegado, mulheres brasileiras, do estado de Goiás, estavam sendo traficadas por uma rede de prostituição internacional. Com base em investigações, a operação teve como objetivo resgatar mulheres e prender integrantes da quadrilha no Brasil e na Europa.

As mulheres eram levadas principalmente de cidades do interior de Goiás, como Uruaçu e Anápolis, as principais origens. Mas a capital do estado, Goiânia, também faz parte da rota do crime. De lá seguiam para a Espanha, na maioria das vezes. Ou então para Portugal, Suíça e Itália, outros destinos de quem era recrutado pela rede de prostituição. Segundo estimativas das autoridades policiais que investigam o crime, essas mulheres chegavam na Europa devendo aos recrutadores em média R$ 13 mil, valor das passagens e dos gastos com passaporte e roupas bancados pelos agenciadores.

Na audiência pública, o delegado Umberto Ramos Rodrigues esclareceu que essas mulheres, na maioria dos casos, já praticavam a prostituição no Brasil e sabem que vão se prostituir no exterior. O que não retira o caráter criminoso do recrutamento feito pelos agenciadores.

O delegado Umberto Ramos lembrou que o tráfico de pessoas é mantido por uma extensa rede que vai desde a retirada de passaportes até o embarque para o exterior. E disse que agora as investigações da Polícia Federal se voltam para a atuação das agências de viagens. Segundo o delegado, a polícia desconfia que agências colaboram com as redes de tráfico internacional ao desmembrar grupos de mulheres e evitar suspeitas. Humberto Ramos sugere a criação de mecanismos de prevenção ao crime que incluam a colaboração das agências de viagens.

Os deputados estudam a criação de uma proposta que tipifica o crime de tráfico de pessoas, com penas que seriam de cinco a oito anos de reclusão e multa.
Fonte:Rádio Câmara 

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