Um observatório montado para acompanhar casos de exploração sexual de
crianças e adolescentes em Salvador durante o carnaval identificou problemas
como a falta de estrutura dos conselhos tutelares e a dificuldade de sinergia
entre os atores do sistema de garantia de direitos.
Apenas 1% das denúncias recebidas pelos órgãos de atendimento às crianças
e aos adolescentes da Bahia no último carnaval se referiam à exploração sexual,
enquanto 58% diziam respeito ao trabalho infantil. Esses dados foram apresentados
por Sandra Wilma Barros, representante do Comitê de Proteção das Crianças e
Adolescentes do estado no seminário Contexto dos Megaeventos Esportivos.
Os preparativos dos estados-sede da Copa das Confederações para o
enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes foram
apresentados durante o seminário da CPI da Exploração Sexual que analisa o tema
no contexto destes megaeventos.
A experiência da Bahia foi uma das mais comentadas, justamente porque as
estratégias usadas durante o Carnaval, outro megaevento, estão servindo de base
para o planejamento de ações de proteção às crianças e adolescentes nas copas
das Confederações e do Mundo. Entre as inovações usadas no Carnaval - que
coloca, em média, dois milhões de pessoas nas ruas -, está a estruturação de um
observatório para acompanhar violações de direitos às crianças e adolescentes.
Em Brasília, entre outras ações, o governo do Distrito Federal buscou a
parceria de taxistas para mapear rotas de turismo sexual e enfrentar as violações
dos direitos de meninos e meninas, afirmou Maura Luciane Conceição de Souza, do
Comitê de Proteção das Crianças e Adolescentes no Contexto dos Megaeventos
Esportivos no DF.
Já para Helyzabeth Kelen Campos, do Comitê de Proteção das Crianças e
Adolescentes no Contexto dos Megaeventos Esportivos em Minas Gerais, a
articulação de todos os atores, governamentais ou não, é fundamental para
enfrentar a complexidade do problema.
"Não é fácil o enfrentamento deste fenômeno. Vamos receber 600 mil
turistas estrangeiros para Copa do Mundo. Temos contingente de crianças pobres,
que muitas vezes já são abusados em casa e que estão vulneráveis a serem
cooptadas por essas redes de tráfico" afirmou Helysabeth.
O Seminário "Proteção das Crianças e Adolescentes no Contexto dos
Megaeventos esportivos" foi organizado pela CPI da Exploração de Crianças
e Adolescentes, da qual sou a relatora.
Reportagem- Ana Raquel Macedo
Edição- Mariana Monteiro
Edição- Mariana Monteiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário