terça-feira, 4 de junho de 2013

Observatório montado no carnaval serve de parâmetro contra exploração em Copas


Um observatório montado para acompanhar casos de exploração sexual de crianças e adolescentes em Salvador durante o carnaval identificou problemas como a falta de estrutura dos conselhos tutelares e a dificuldade de sinergia entre os atores do sistema de garantia de direitos.
Apenas 1% das denúncias recebidas pelos órgãos de atendimento às crianças e aos adolescentes da Bahia no último carnaval se referiam à exploração sexual, enquanto 58% diziam respeito ao trabalho infantil. Esses dados foram apresentados por Sandra Wilma Barros, representante do Comitê de Proteção das Crianças e Adolescentes do estado no seminário Contexto dos Megaeventos Esportivos.
Os preparativos dos estados-sede da Copa das Confederações para o enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes foram apresentados durante o seminário da CPI da Exploração Sexual que analisa o tema no contexto destes megaeventos.
A experiência da Bahia foi uma das mais comentadas, justamente porque as estratégias usadas durante o Carnaval, outro megaevento, estão servindo de base para o planejamento de ações de proteção às crianças e adolescentes nas copas das Confederações e do Mundo. Entre as inovações usadas no Carnaval - que coloca, em média, dois milhões de pessoas nas ruas -, está a estruturação de um observatório para acompanhar violações de direitos às crianças e adolescentes.
Em Brasília, entre outras ações, o governo do Distrito Federal buscou a parceria de taxistas para mapear rotas de turismo sexual e enfrentar as violações dos direitos de meninos e meninas, afirmou Maura Luciane Conceição de Souza, do Comitê de Proteção das Crianças e Adolescentes no Contexto dos Megaeventos Esportivos no DF.
Já para Helyzabeth Kelen Campos, do Comitê de Proteção das Crianças e Adolescentes no Contexto dos Megaeventos Esportivos em Minas Gerais, a articulação de todos os atores, governamentais ou não, é fundamental para enfrentar a complexidade do problema.
"Não é fácil o enfrentamento deste fenômeno. Vamos receber 600 mil turistas estrangeiros para Copa do Mundo. Temos contingente de crianças pobres, que muitas vezes já são abusados em casa e que estão vulneráveis a serem cooptadas por essas redes de tráfico" afirmou Helysabeth.
O Seminário "Proteção das Crianças e Adolescentes no Contexto dos Megaeventos esportivos" foi organizado pela CPI da Exploração de Crianças e Adolescentes, da qual sou a relatora.
Reportagem- Ana Raquel Macedo
Edição- Mariana Monteiro




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