quinta-feira, 7 de julho de 2011

Violência cai, mas inocentes continuam morrendo nas ações da Polícia


O Instituto de Segurança Pública (ISP) voltou a registrar queda no número de casos de letalidade violenta, roubos de rua e roubo de veículos. Segundo o ISP, de janeiro a maio deste ano, esses três indicadores estratégicos da Secretaria de Segurança atingiram a meta de redução de crimes quando comparados ao mesmo período de 2010. Os roubos de veículos caíram 10,9% em maio. Foram 1.648 casos em 2010 contra 1.468 em 2011. A letalidade violenta, que envolve lesões corporais seguidas de morte, homicídios dolosos, latrocínios e autos de resistência, teve uma queda de 6,1% – foram 488 vítimas no ano passado e 458 este ano. E o número de roubos de rua (a coletivos, transeunte e aparelhos celulares) foi reduzido em 19,3%, passando de 7.090 casos para 5.719.
Mas como festejar esses números se nossas crianças continuam morrendo nos conflitos entre polícia e bandidos nas comunidades? O caso Juan está entalado nas nossas gargantas. O menino foi morto durante perseguição de PMS a um traficante na comunidade Danon em Nova Iguaçu. Ficou quase duas semanas desaparecido. A procura pelo corpo do menino foi uma sucessão de erros. A primeira perícia no local só ocorreu oito dias após o sumiço, dia 28. W., também baleado no confronto, foi apontado como traficante e ficou cinco dias algemado no hospital. Depois, a  família comprovou que o rapaz é trabalhador. Dez dias após o sumiço de Juan, dia 30, foi achada a ossada que a perita disse ser de uma menina. E o pior é que há policiais militares suspeitos de envolvimento na morte do menino.
O governo precisa investir no serviço de inteligência da Polícia a fim de evitar essas tragédias. Quantos Juans já se foram nas ações da polícia nas comunidades? Precisamos dar um basta nisso.

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