terça-feira, 23 de novembro de 2010

Cyberbullying faz vítimas para sempre

Foi muito esclarecedora nossa audiência pública sobre bullying (violência física ou psicológica, intencional e repetitiva sem motivação evidente adotada por um ou mais estudantes contra outro(s)). O evento ocorreu nesta segunda, na Câmara, em alusão ao Dia Municipal de Combate à Violência Infantil (22 de novembro), criado por lei de minha autoria. A delegada de Repressão aos Crimes de Informática, Helen Sardenberg, alertou sobre os efeitos drásticos do cyberbullying (bullying na internet). “Neste caso, as calúnias circulam através de redes sociais, e-mails, vídeos, blogs, entre outros, com uma velocidade muito maior do que teriam fora do mundo virtual. O grande problema do cyberbullying é a geração que está vitimizada para sempre. Você não consegue tirar as difamações postadas. E, quando a vítima passar num concurso público ou assumir cargo de destaque na empresa, alguém se utilizará das postagens contra ela”, explicou a delegada. No cyberbullying, mudar de escola não resolve.


Segundo pesquisa da Safernet, que entrevistou 875 crianças que usam a rede de computadores, 87% disseram que os pais não colocam limites para a navegação; 47% disseram que ficam, em média, mais de quatro horas por dia conectadas e 65% usam a internet no próprio quarto. Os pais precisam monitorar as atividades dos filhos na rede de computadores.

O pediatra e autor do livro “Diga não ao Bullying”, Aramis Lopes Neto, se posicionou contra a criminalização do bullying. “O autor e o alvo do bullying são preocupantes. Ambos precisam de apoio”. E foi rebatido pela juíza da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca da Capital, Ivone Caetano. “Se o autor tem mais de 12 anos e houve agressão física, tem que ser penalizado porque é adolescente infrator. O bullying pode causar morte”, refutou.

A coordenadora da Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, defensora Simone Moreira, falou da necessidade de um banco de dados sobre bullying. “É grande a quantidade de jovens que querem acabar com a própria vida por causa do bullying. Para tratarmos o problema temos que ter o quantitativo”, declarou.

Os participantes concordaram com o fato de que a vítima quase sempre vira um agressor para se vingar. E concluíram: trabalhar a auto-estima dos filhos desde cedo, desenvolvendo sua auto-confiança, evitando palavras pejorativas contra eles, é uma forma de prevenir que eles sejam autores ou vítimas de bullying.

Nenhum comentário: